quinta-feira, 17 de março de 2016

Europa, parte II - Belgrado e Novi Sad


Depois da bagunça que arrumei por perder o voo de Barcelona, parti de Madri pra Belgrado num voo da Turkish Airlines, ótima cia aérea por sinal. A alimentação foi tão diferente que eu mal sabia como comer, noob!!! hahahaha
Tive uma escala em Istambul por cerca de duas horas e não havia possibilidade de sair do aeroporto enorrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrme daquele lugar. Muito interessante a quantidade de pessoas e como já é forte a marca de uma cultura completamente diferente por ali.

Bom, em Belgrado eu já tirei a sorte grande. Após chegar no aeroporto e retirar minha bagagem, fui logo parado pela Polícia Federal da Sérvia, o único, claro. Meu inglês não estava tão ruim já, mas também não estava fodão pela falta de prática. O policial começou a fazer diversas perguntas sobre o que eu fazia lá, se era a primeira vez, se eu ia só em Belgrado, quanto tempo ia ficar, sobre minhas amigas, de onde as conheci, até que comecei a embolar de tanta resposta rápida que tinha que dar. Sendo assim, chegou a parte de ter que verificar toda a minha mala, retirar roupa a roupa, item a item, fazer testes e inclusive questionar meus medicamentos para eu explicar pra que serviam. Como explicar em inglês? haha
Após a conclusão de que não sou potencialmente perigoso, assinei um documento em sérvio que dizia que não havia sido encontrado nada comigo. Assim que sai, encontrei minha amiga e logo já perguntei pra ela o que realmente estava escrito, já que assinei. Vai que... né?

Nos dias que passei na Sérvia eu fiquei na casa da minha amiga Katarina. A hospitalidade de sua família foi tamanha que eu me senti como se estivesse em casa. O período em Belgrado foi de muita conversa, muita reflexão por todo um contexto de vida, especialmente com as amizades que tinhamos em comum, importante para que eu pudesse finalmente me "desprender" de problemas passados. Estive na cidade também em 2014, mas havia sido diferente, pois dessa vez eu fui disposto a experimentar e vivenciar de tudo. 

Diferente dos outros países, o mês de novembro na Sérvia é mais intenso já com a proximidade do inverno rigoroso, a noite era congelante e tomei bronca por lavar a cabeça e não secar direito já que o cabelo poderia quebrar, pois pra mim não havia problema algum.

Da viagem como um todo, a estadia em Belgrado e oportunidade de estar com minhas amigas fez com que esses dias também fossem pra parte de badalação. A primeira noite foi engraçada porque estivemos num local em que parecia ser para pessoas mais velhas e com música ao vivo da Sérvia, meio que estilo brega. Conheci algumas amigas de amigas, mas que não falavam tanto inglês e certa vergonha para tal. Uma delas, provavelmente é a mulher mais linda que já vi na minha vida. Em outra noite já com a Milica (outra amiga) e os amigos dela, em uma balada próxima ao rio, além de ter passado em pub antes. Após chegar na Katarina de madrugada, já tendo bebido vinho e cervejas, ainda encontrei ela e a amiga bebendo rakija (tipo cachaça) e também bebi. Após tantos anos eu fiquei bêbado, foda hahahahahahahaha. A última noite foi sensacional, fomos pra uma kafana (taverna) com os amigos da Katarina, galera bebeu e se divertiu, contou histórias, estive mais a vontade no meio do povo e se esforçaram pra conversar em inglês também, pena que já era a última noite. Curioso é que as pessoas fumam muito por lá e em ambientes fechados, incomoda um pouco às vezes.

Durante a parte do dia eu visitei parques, fui ao zoo e vi cangurus (oinn *__*), também fui ao Museu do Nikola Tesla, bem legal ver sua importância mundial também. Tomei cafés no centro, conheci coisas da cidade e conversei bastante com minhas amigas. Na casa da Katarina, posso dizer que comi muito e muito bem! Os hábitos são bem diferentes e eu não estava acostumado a isso (mesmo na primeira vez que estive lá). A comida é de qualidade e em abundância. A mãe da Katarina, apesar de não falar inglês, sempre fez pratos diferentes e gostosos e com aquela preocupação de mãe mesmo né, se eu estava gostando, alimentando bem. Agora, ela fazia um bolo absurdamente gostoso, o melhor que já provei na vida!! Ainda vou tentar fazer um aqui, mas certamente não será igual.

Em um dos dias, fui com a Milica e seu namorado para Novi Sad, que fica a 1 hora de Belgrado, rumo ao norte da Sérvia. A cidade é a segunda maior do país, acho que cerca de 300 mil habitantes. Como toda cidade grande, possui trânsito e certa movimentação. Nosso destino principal foi atravessando o Rio Danúbio para a aglomeração de Petrovaradin, onde fica uma gigantesca e importante fortaleza, construída entre os séculos XVII e XVIII. Com uma bela vista, do alto é possível entender como o ponto é bem estratégico com a visão ampla para os inimigos durante eventuais invasões. Achei lindo todo o contexto da fortaleza, com as casas que parecem abrigar algumas famílias ainda abaixo, os milhares de tijolos, os túneis e o relógio que curiosamente possui o ponteiro da HORA maior, conveniente para visualização das embarcações, com provável vista a sumir do horizonte. Jantamos por lá, o custo de vida na Sérvia é tão barato que o prato que escolhi juntamente com o vinho (que não faço ideia do nome haha) deve ter sido por volta de 10 euros (convertendo da moeda local), gentilmente pago pela Milica e seu namorado. Ainda passamos pelas ruas da cidade e fomos a uma Pub Irlandesa, bebendo a guinness, antes de retornar a Belgrado.

A Sérvia é um país único. O país, assim como os vizinhos, passou por tantos problemas, desde a época do Império Otomano, Império Austro-húngaro, primeira e segunda guerra mundial, além da guerra de Kosovo, muitas batalhas e sofrimento. Entretanto, é um povo que possui hospitalidade e vive bem, mesmo com a economia não sendo tão forte e a moeda não sendo valorizada. As pessoas são muito bonitas e educadas, sendo que as mais jovens geralmente falam inglês também. 

Das minhas amigas, só tenho gratidão por me receber mais uma vez por lá, são uns amores!! Nos conhecemos em 2012 durante o período delas em BH e sempre que puder eu faço questão de visitá-las. Amizade, consideração e admiração vão muito além de distância, de continentes e de idiomas. Espero que entre 2016 e 2017 eu possa retornar e passar um tempo com elas novamente.

Finalizando esses dias em Belgrado, parti pra Atenas pela cia aérea Air Serbia na esperança de conhecer a cidade com a maior riqueza cultural do mundo diante de todo contexto da mitologia que acho fascinante.


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